Antes de iniciarmos
a conversa sobre juventude e buscar soluções concretas para as inúmeras
questões que permeiam a vida dos jovens em nosso país, vale olhar com atenção
os significados que habitam esse conceito
de juventude.
Por ser uma palavra
muito usada no nosso dia-a-dia, aparentemente ela tem um significado de fácil
domínio. Mas, é preciso cuidado, pois de acordo com o contexto cultural ou
mesmo econômico pode apresentar nuances diferenciadas.
Vejamos como
exemplo, três delimitações referentes aos jovens.
ONU – Organização das Nações Unidas - Jovem é o
indivíduo de 15 a 24 anos de idade.
Secretaria Nacional de Juventude - Jovem é o
indivíduo de 15 a 29 anos de idade. Essa faixa etária também está no Plano
Nacional de Juventude.
Alguns povos indígenas - O jovem indígena é considerado adulto tão
logo cumpra certos rituais e provas. Desta forma, sua juventude tem duração
muito curta.
Cada sociedade
define o jovem considerando seu desenvolvimento fisiológico, seu contexto
sociocultural e mesmo sua experiência pessoal.
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Hoje o acesso à
informação se tornou mais intenso e diversificado. As escolhas passam a ser
mais difíceis, dependendo da qualidade da informação recebida. Moças e rapazes
buscam, no meio de um turbilhão de possibilidades, respostas para questões
básicas como: “Quem sou?”, “como me reconheço”, “o que quero da minha vida?”. É
por meio da inserção e da experimentação que essas respostas irão surgir.
O conteúdo deste
módulo foi produzido com base no texto de Maria
Virgínia de Freitas
Diante das possibilidades múltiplas de inserção e experimentação
dos jovens, podemos evidenciar o aspecto plural da juventude.
Como a juventude era
vista em décadas passadas?
Anos 1960 - Os textos sobre juventude, produzidos nos anos 60,
apresentavam os jovens como estudantes, sobretudo, como universitários. Os
demais segmentos juvenis eram invisíveis: os filhos das classes trabalhadoras,
moradores das periferias dos grandes centros urbanos ou das áreas rurais.
Anos 1980 - No Brasil, o termo adolescência começou a ser
amplamente utilizado a partir dos anos 80. O poder público e a sociedade civil
passaram a dedicar especial atenção às crianças e adolescentes, particularmente
àqueles que viviam em situação de risco em virtude de não ter seus direitos
garantidos.
Anos 1990 - Somente em meados dos anos 90 os jovens entraram na
pauta do debate público. Nesse período, ficou claro para diversos pensadores
que o processo de inserção social ia para além da adolescência, ou melhor, que
era preciso reconhecer as questões daqueles com mais de 18 anos. Cada vez mais,
passou-se a falar dos jovens como um grupo específico, diferente dos adolescentes,
embora os dois termos muitas vezes ainda sejam utilizados como sinônimos.
Diante de uma
juventude composta por grupos muito
diferenciados entre
si, como estabelecer uma política que parta do reconhecimento das diversas identidades juvenis, ou seja, das chamadas diversas juventudes? Essa questão exige estudos, pesquisas e
muita participação juvenil na sua concepção, implementação e avaliação.
Muitas áreas constituintes do universo dos jovens, como a educação,
o trabalho, a cultura e o lazer se mostram problemáticas e merecem políticas
que se façam integradoras.
O “Perfil da Juventude Brasileira” investigou os mais
diversos aspectos – cultural, educacional, entre outros – da vida dos jovens
brasileiros, gerando a publicação Retratos da Juventude Brasileira, que traz análises de
parte das informações coletadas. São dados essenciais para o entendimento da
amplitude dos problemas da juventude brasileira e apoio às políticas públicas a
serem elaboradas e implementadas.
Pesquisa realizada
em 2003 pelo Projeto Juventude/Instituto
Cidadania,
junto à população entre 15 e 24 anos residente no território brasileiro.
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Os jovens de hoje não se interessam por política. A juventude está
cada vez mais consumista e individualista.
Concordar com essas
afirmações sem aprofundar o tema sobre a participação dos jovens é não
contribuir para o entendimento das formas que essa participação assumiu nos
dias atuais. O movimento estudantil está atuante e reuniu, em 2003, no 48º
Congresso da UNE, 15 mil estudantes, sendo que 10 mil eram delegados que
representavam alunos de todo o país. Há muitos outros exemplos significativos
de participação que precisamos conhecer.
A participação
institucional, por meio de partidos políticos, grêmios estudantis, movimentos
sociais e outros espaços não é a modalidade que possui maior adesão dos jovens,
embora seja reconhecida por eles como a mais adequada para se promover
mudanças.
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Atividades
Leitura: Leia o texto Juventude:
mapeando a situação
Prática:
Verifique junto aos jovens de sua comunidade se eles consideram mais
importante o acesso ao primeiro emprego ou o investimento em formação e auxílio
financeiro. Para os jovens, realmente são importantes os padrões de beleza e de
vida prazerosa? Quais as dificuldades enfrentadas pelos jovens em relação às suas
manifestações culturais? Como a comunidade católica pode auxiliar na construção
e desenvolvimento da identidade juvenil?
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